#AApostaQueDeu(Muito)Errado
É possível encher uma biblioteca inteira com os livros e os filmes que foram feitos para explicar como Donald Trump foi possível.
Esta não tem sido uma semana fácil para o jornalismo profissional nos Estados Unidos e no mundo.
A grande aposta do complexo de mídia era na candidatura de Kamala Harris, e o resultado foi que o Laranja venceu de forma absoluta, ganhando de lavada, provando que Scott Adams havia previsto tudo já em 2016. Quando, em 2020, Trump foi derrotado por Joe Biden houve quem desprezasse o triunfo do candidato republicano em 2016, alegando que a invasão cibernética russa, a campanha de desinformação, a atuação do diretor do FBI, James Comey (que, na véspera da eleição, reabriu investigação a propósito dos e-mails de Hillary Clinton), sem contar a complacência e a normalização da imprensa americana foram os culpados pela vitória trumpista – e isso apenas no Colégio Eleitoral, prova definitiva da ilegitimidade da ascensão do outsider republicano.
É possível encher uma biblioteca inteira com os livros que foram escritos para explicar como Donald Trump foi possível. Documentários foram lançados no Netflix. São horas e horas de gravação de podcasts, que garantiam ter capturado o fenômeno: Trump era uma personalidade instável; Trump era uma ameaça à democracia; Trump era um racista misógino; Trump, afinal, jamais pisaria novamente na Casa Branca.