As maiores entidades mitológicas da pedagogia mundial estão apostando pesado na inteligência artificial. “Estamos diante de uma revolução”, dizem entusiasmados, e em uníssono, os especialistas que, com suas inteligências naturais, não conseguiram resolver os nossos problemas. Agora, colocam toda a esperança nos robôs.
Nenhuma novidade. Em 1998, quando surgiu o Google, essas mesmas entidades mitológicas da pedagogia mundial falavam que estávamos diante de uma revolução na educação. Rapidamente, tablets e lousas digitais se espalharam pelo mundo. Mas o resultado foi decepcionante. Além dos índices constrangedores nos testes internacionais, os bárbaros ressurgiram com a massificação da internet.
O progresso deveria trazer mais inteligência e, principalmente, civilização. Mas muita gente que parecia sensata passou a ter fé em coisas inacreditáveis como a intervenção militar, o ET Bilú e os inquéritos ilegais do Alexandre de Moraes.
A falta de cultura é visível tanto na diminuição do número de leitores no mercado editorial, em média 10% ao ano, quanto na prodigiosa audiência que qualquer estupidez alcança nas redes sociais.
A questão, portanto, não é refletir se devemos usar ou não as ferramentas de Inteligência Artificial nas escolas. Mas saber se ainda há algum sentido em reunir pessoas numa sala de aula para estudar.
Porque, no passado, a educação era restrita a uma classe de privilegiados da sociedade. Hoje, que é bem mais acessível, ninguém parece se importar muito com ela.
No final, percebemos que estamos vivendo uma espécie de tirania da desaculturação. E a única coisa democrática é a burrice.
Otimizar a rotina pedagógica... parece que a rotina vai bem e vai melhorar.
Seria tão bom se a escola fizesse o feijão com arroz. Persistir na leitura, escrita e matemática. Só isso. Só para saber como seria.. Mas além de terem atribuído à escola dar conta do céu, da terra e tudo o mais, tem muita gente que acredita firmemente que está dando conta disso tudo... nem os robôs vão conseguir dar conta 🤡
Não atoa a última vez que tive algum entusiasmo com uma nova tecnologia foi com o vídeocassete.