Para mostrar que é uma revista que apoia a diversidade e endossa outras narrativas além da “história única” (viram só como o estagiário do NEIM conhece os vídeos TED da Chimamanda Ngozi Adichie?), a “Piauí” decidiu cobrir a posse da escritora Conceição Evaristo na Academia Mineira de Letras.
O fato novo aqui, assinante de NEIM, não é a posse da Conceição Evaristo, escrivinhadora que já foi abordada a mancheias neste site, o que pode dar a impressão de que há uma implicância desmedida. Não há. O que há, na verdade, é a escritora já é uma autoridade inescapável nos diversos festivais literários Brasil afora e nos clubes de leitura das livrarias de bairro, portanto uma celebridade da imprensa que precisa ser desmascarada. Porém, a novidade aqui, sem dúvida alguma, é a revista “Piauí” cobrir a posse de uma escritora na Academia Mineira de Letras como se fosse a posse de uma estadista, uma Juscelino Kubitscheck de saias.
Talvez seja o caso de conceder que a revista está cumprindo seu papel e olhando para a notícia fora do eixo Rio-São Paulo. Mas isso é também uma ilusão digna de quem vive acima do pedestal (que sempre foi o caso da “Piauí”).