*Por Laís Boveto.
Um dos grandes nomes da física, Richard Feynman, era também um excelente professor. Esteve algumas vezes no Brasil nas décadas de 1950 e 1960, antes de receber um Nobel por suas pesquisas em eletrodinâmica quântica.
No livro que reúne várias de suas experiências, Surely you’re joking, Mr. Feynman, um dos capítulos, intitulado “O americano, outra vez!”, trata dessas visitas. Entre muitas observações, Feynman fala sobre seu esforço para aprender português, comenta brevemente a falta de compromisso com horários dos brasileiros e dá até alguns detalhes sobre a sua bem-sucedida participação em uma escola de samba.
Feynman capta muito bem algumas “brasileirices” em geral. Revela, por exemplo, seu primeiro encontro com o diretor do Centro de Pesquisa em Física, César Lattes. Um cinegrafista filmava sem som para uma rede de televisão e pediu que eles fingissem que conversavam sobre algo. Lattes considerou excelente ideia perguntar se o recém-conhecido professor já havia encontrado um “dicionário” para dormir. Segundo Feynman, “naquela noite, o público da TV brasileira viu o diretor do Centro de Pesquisa em Física dar boas-vindas ao professor visitante dos Estados Unidos, mas poucos sabiam que o assunto da conversa era encontrar uma garota para passar a noite!”.