O que ainda pode ser dito de uma tragédia monumental como a queda do avião em Vinhedo?
Nada de relevante.
Mas a imprensa insiste em esmiuçar detalhes mórbidos em busca de audiência.
A Globonews com seu jornalismo de WhatsApp decidiu inventar uma transcrição em que, segundo a repórter, “dá para ouvir gritos e um barulho forte”.
Ora, ora, não diga!
O problema do jornalismo de WhatsApp todo mundo já conhece. Mas essa imprensa de laquê insiste em noticiar o que recebe pelo telefone sem se dar o trabalho de checar a informação.
No corte do Twitter, publicado na conta da Globonews, um nota da comunidade desmente a repórter a partir da nota oficial da Força Aérea Brasileira, garantindo que nenhum veículo de imprensa teve acesso aos áudios e muito menos às transcrições do que foi registrado nas caixas pretas do avião.
É o mínimo que se espera de um órgão público: seriedade – já que do jornalismo só podemos esperar indecência.
A especulação sobre as causas e, principalmente, as fofocas sobre as vítimas é um desrespeito monstruoso com os familiares e a memória dos envolvidos no acidente.
Mais uma vergonha para a nossa coleção.
Depois se queixam da perda de credibilidade. Desceram ao nível tabloide.