#AMedidaDeNósMesmos
Cuidado com o poço de pecados e ressentimentos que gera e alimenta os totalitarismos que nos devoram.
G.K. Chesterton, em seu Ortodoxia, define desta forma a felicidade humana:
“A perfeita felicidade dos homens sobre a terra [...] não será uma coisa plana e sólida, como a satisfação dos animais. Será um equilíbrio exato e perigoso: como o equilíbrio de um romance desesperado. O homem precisa ter a medida exata e suficiente de fé em si mesmo para ter aventuras: e ter a medida exata e suficiente de dúvida de si mesmo para desfrutá-las.”
Se houve um homem que soube o que é esta felicidade anunciada por Chesterton, este homem foi o monge ortodoxo romeno Nicolae Steinhardt, que em sua vida enfrentou dois dos mais pestilentos regimes da história humana: o nazista e o comunista.
A leitura de seu Diário da Felicidade, publicado há bons anos pela É Realizações, comove, espanta e educa. Comove pela sinceridade provocadora, espanta pela coragem e educa como modelo de vida. Ao ler o livro, recordo-me do poeta Bruno Tolentino. É notável perceber como homens de vidas tão distintas encontraram no cristianismo uma força avassaladora e mesmo vidas tão opostas compreenderam que a graça divina pode ser encontrada até nas situações mais desesperadoras (ou mesmo modestas, pois não são necessário apenas dramas e tragédias para a ação de Deus) – e isto comove o coração.