Por João Falstaff
Conhecida como Pira do Panteão da Pátria, a chama supostamente eterna da democracia apagou-se.
Um representante da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, que não quis se identificar, revelou para nossa equipe que ninguém mais aguenta a pressão para que a chama não apague nunca. Disse que há funcionários que pediram licença, pois desenvolveram a Síndrome de Burnout e alguns estão em estado de anedonia profunda. Manter a chama da democracia acesa tem sido muito difícil.
Ele também afirmou que as pessoas precisam entender que palavras são coisas sem muito poder em Brasília. A eternidade da chama era só um ideia, só uma narrativa, só mais um símbolo que não precisa ser levado assim tão a sério.
A “chama eterna”, inaugurada em 1986, fica na Praça dos Três Poderes, num monumento chamado Panteão da Pátria, projetado por Niemeyer para homenagear a redemocratização do país e o presidente Tancredo Neves. A expectativa era a de que a chama nunca perecesse.
Mas em agosto de 2016, mês em que a Olímpiada aconteceu no Brasil, detectaram que a “chama eterna” agonizava. No lugar dela, a Pira Olímpica iluminava outro símbolo nacional: a Festa dos Guardanapos.