#APermanênciaDeNathanielHawthorne (1)
Querem entender os Estados Unidos? Então leiam "A Letra Escarlate".
Um dos principais críticos literários dos Estados Unidos, o autor Harold Bloom é responsável por algumas das análises mais pertinentes acerca da obra dos escritores mais comentados do chamado cânone ocidental. Essa expressão, aliás, dá título a um de seus livros, e é interessante observar como Bloom se filia a uma espécie de tradição que não despreza o edifício que foi construído no passado ao mesmo tempo que articula autores e obras que, à primeira vista, estão dispersos no tempo e no espaço, sem qualquer ligação aparente.
O preâmbulo acima, mais do que preparar terreno para comentar um autor consagrado ou para citar um crítico que dedicou sua imaginação para interpretar seus textos, serve, de uma só vez, como alerta e constatação. Afinal, são poucos os críticos que, hoje em dia, colocam em pauta a obra de autores que parecem muito deslocados da literatura que se discute hoje em dia. Afinal, é ainda mais raro perceber quem, como o já citado Bloom se dispõe a esboçar reflexão a propósito da obra de um autor como Nathaniel Hawthorne (1804-1864), escritor norte-americano que é autor de pelo menos um clássico indispensável para a literatura universal. E é claro que se trata de A letra escarlate.