#ArejarÉPreciso

“De nada adianta apenas cantar: Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil.” A soberania intelectual do Gabeira é coisa bastante revolucionária nestes nossos tempos

O Estado brasileiro arrecada cada vez mais e continua quebrado e nos quebrando. A imprensa e o governo frequentemente tratam temas complexos como slogans e por meio de simplificações tendenciosas, quando não de mentiras bastante desavergonhadas.

A desonestidade intelectual torna a já difícil arte de olhar para os acontecimentos e problemas a partir de causas históricas e consequências futuras, uma atividade quase impraticável.

A narrativa dominante é reativa e temas que envolvem justiça, soberania e democracia são capturados só pelo marketing eleitoral e nunca por uma agenda governamental.

Quem se interessa por política, quem deseja só perceber melhor de onde vem essa enxurrada que está nos levando para o esgoto, é bombardeado com informações desconexas, sem contexto, como se todos os dias de manhã o país fosse uma folha em branco, na qual a mesma narrativa de sempre é reescrita infinitas vezes.

Pagamos caro, recebemos pouco e ainda não podemos reclamar, pois há sempre o risco de uma reclamação mais enfática ser entendida como declaração de guerra, ou como atentado violento ao Estado tão democrático em que vivemos.