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Uma menina mimada pichou um quadro; e o estagiário da Folha de S. Paulo gostou
A menina mimada chama-se Deborah De Robertis, é belga, nasceu em 1984 e se apresenta como "artista performática”.
Sua última performance artística foi gritar como louca e pichar “Me Too” no famoso quadro de Courbet, A origem do mundo, que é um close de uma vagina que fora encomendado por um diplomata turco, em 1877, conhecido pela sua tara em colecionar telas eróticas.
Deborah De Robertis já havia feito uma intervenção artística neste quadro em 2014. Ela chamou de "O espelho da Origem do mundo”. Literalmente decidiu levantar a própria saia e espelhar o quadro em frente aos visitantes do Museu d’Orsay, em Paris.
A intervenção causou um prejuízo de 2 mil euros aos pais da moça, que tiveram de pagar uma multa por atentado ao pudor.
A ousadia artística de Deborah De Robertis também a fez levantar a saia no Santuário de Lourdes, na França, para chocar os religiosos que peregrinam em busca de milagres. De Robertis não fez nenhum milagre, só causou mais um prejuízo aos pais.
Surpreendentemente, ela também tirou a roupa em frente ao quadro “Olympia” de Édouard Manet, em 2018.
Nesta terça-feira, De Robertis decidiu inovar, pichando “Me too” no vidro que cobre o quadro de Courbet.
Aos jornalistas, ela disse apenas que, tirando a roupa, está “desafiando a história da arte”. Já em relação ao “Me too”, disse que, por também ter uma vagina, “pode ser considerada a origem do mundo”.
Mas o estagiário da Folha preferiu interpretar tudo subjetivamente e dizer que ela se referia ao movimento das atrizes de Hollywood que denuncia assédios sexuais cometidos por Harvey Weinstein.
O estagiário da Folha, aliás, também é um artista performático. Como De Robertis, desnuda sua ignorância ao confundir vandalismo com arte.
Já o estagiário do NEIM sente saudade da sérvia Marina Abramović, mãe da arte performática. Embora artisticamente seja meramente estúpida, pelo menos tinha coragem para “desafiar a história arte” testando os limites físicos do próprio corpo.
E ainda teve a sua estupidez imortalizada nesta cena magistral de A Grande Beleza, de Paolo Sorrentino – a única coisa que vale a pena neste post.
Adorei. Lembrar e associar essa cena também adorei. NEIMs vocês andam cada vez mais geniais. Limpei minha cabeça com inteligência e bom humor exatamente às 15h15 de agora. Abraço forte
Como dizia a avó do outro, "não tem uma gaveta para arrumar, não?"