Por Maurício Avoletta
Uma grande mesa com uma (grande) mulher coroada com sete estrelas no meio, fazendo um coração com as mãos evidenciando ser uma pessoa amorosa. Pessoas de toda língua, raça, gênero e nação sentadas à mesa onde um Deus se entrega como alimento para essas pessoas.
Sei que a descrição se assemelha àquela descrita pelas Sagradas Escrituras e pela Tradição cristã, mas é óbvio para qualquer pessoa minimamente instruída que não é a mesma coisa. A descrição que fiz foi a da terrível representação da ceia de Baco – ou Dionísio – na abertura das Olimpíadas. A obra que, venhamos e convenhamos, ofende mais pela breguisse que por seu espírito blasfemo e profano. Parece que a crítica de Frank Schaeffer à estética evangelical dos anos 80 e 90 se aplica perfeitamente a nova estética terapêutica e secular do neopaganismo liberal e progressista. De fato, são pessoas viciadas em mediocridade, mas nada disso é escândalo, de fato. “Ai daquele por quem o escândalo vem” afirmou Jesus, segundo o relato de São Lucas (17,1). Melhor seria que fossem atirados nas águas e com pedras no pescoço do que desviar uma das ovelhas do Senhor. A ceia de Dionísio não foi um escândalo.