"Sabes, eu já fui novo, mas tu nunca foste velho." Mas os jovens de hoje podem responder: "Nunca foste jovem no mundo em que eu agora sou jovem, e nunca poderás sê-lo."
Margaret Mead
Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais
Belchior
Não é de hoje que a juventude nos atrai e seduz. Já fomos jovens, e a maioria de nós ainda se considera assim. Entre diferentes chamadas e apelidos pejorativos que a transgressora-rebelde-cabeluda-boca-de-sino-psicodélica-juventude dos anos 1960 e 70 recebeu, nada vai superar a pecha que agora atribuímos às gerações da atualidade.
O nome é até respeitoso: Milênios, Millenials, Z, Alpha ou Beta. Designações aparentemente inocentes, mas que carregam forte preconceito e desprezo. Desacostumados a lidar com o diferente que adentra nosso antigo ambiente, quando vivemos uma grande quebra de paradigma, nós, os mais velhos, preferimos apontar o dedo em desprezo ou raiva, identificando o inferno no semelhante. Nunca em nós mesmos.
Dizemos que o problema é essa nova geração mimada, despreocupada, alienada e passiva, que abusa da benevolência dos pais, exige mais direitos de empregadores, sem pensar na contrapartida de seus próprios deveres.