#ATiraniaDaMaioria
Sem filtros institucionais e sem consciência coletiva, a democracia degenera em autoritarismo disfarçado de participação popular
Benjamin Franklin dizia que democracia era “dois lobos e um cordeiro decidindo o jantar”. Jefferson, por sua vez, definia-a como a tirania da maioria, onde 51% esmagam os 49%. Para evitar isso, os EUA criaram o Colégio Eleitoral: um sistema que equilibra votos e território, garantindo que poucas áreas populosas não ditem o rumo de toda a nação.
Em 2016, Hillary Clinton teve mais votos que Trump no total, mas perdeu porque venceu em menos estados — exatamente como o modelo prevê.
O Brasil, ao contrário, vive sob um sistema inquestionável e reduzido ao volume bruto de votos, expressão máxima da “hiperdemocracia” descrita por Ortega y Gasset em A Rebelião das Massas. O filósofo alertava para o “homem-massa”: vazio de história, moldado por abstrações pobres, dócil a ideologias e incapaz de refletir sobre o bem comum. Esse homem, quando elevado a protagonista político, leva à monotonia social e ao império da mediocridade.
Aristóteles já advertia que um governo dominado por uma maioria sem consciência coletiva é degenerado e tirânico. Não se trata de negar a democracia, mas de reconhecer que, sem filtros institucionais e sem formação filosófica, ela degenera em tirania disfarçada de participação popular.
Matéria muito boa. Retrata a miséria de nossa sociedade, que deixa poucas esperanças para as gerações vindouras. Curioso é que insistimos em cometer os mesmos erros elegendo políticos degenerados...
Matéria excelente, como sempre!
Vivemos a era da mediocridade. A sombria confraria dos medíocres trabalha bem azeitada, neutraliza aqueles que se opõem aos seus desmandos e tira o brilho daqueles ousam ameaçar a sua hegemonia. É assim na esquerda, na direita e no centro.
Um círculo vicioso, que não será tão facilmente interrompido.