Virginia na CPI das Bets
A economista influencer Virginia Fonseca e soltou a pérola na CPI:
E seguiu:
“É a mesma coisa a Mega-Sena. Eu, no ano retrasado, fui lá e comprei R$ 10 mil e ganhei nada. Na intenção de ficar bilionária e não fiquei. Paguei R$ 10 mil, perdi e não ganhei”.
A internet surtou, adoraram esse argumento. Claro, ela não construiu um império de 53 milhões de seguidores à toa.
Mas será que a comparação faz sentido? Fui checar os números – e adivinha: os números não mentem, diferente das Bets.
Mega-Sena - Aposta dos Sonhos do Tio do Churrasco
Faturamento em 2023: R$ 9,6 bilhões. (dinheiro suficiente para comprar 2.225.000 carrinhos de cachorro-quente do seu Zé).
Prêmios devolvidos: Cerca de 43,79%. Ou seja, quem perde ajuda a financiar hospitais e educação (sim, é aquela velha desculpa pra jogar sem culpa).
Risco de vício? Existe, mas você só pode jogar 3 vezes por semana – ou seja, nem o mais viciado consegue falir antes do próximo salário.
Bets - Aposta dos Pesadelos do Desempregado
Brasileiros gastaram em 2023: Entre R$ 100 bilhões e R$ 120 bilhões. Dinheiro suficiente pra cobrir VINTE desvios do INSS).
Prêmios devolvidos? Não há um percentual exato divulgado. O resto some no buraco negro dos cassinos online.
Risco de vício? Você pode apostar 24h/dia, até dormindo. Dá pra perder o teto antes de acordar.
A Mega-Sena é como um relacionamento tóxico: você sabe que não vai dar certo, mas só te machuca duas ou três vezes por semana.
Já as bets são como um golpista do WhatsApp: você perde tudo antes de perceber o erro.
Canudo, microfone ou marketing?
Virginia Fonseca, a influencer que disse que não tem condições de oferecer ajuda por quem ela influencia, tentou igualar as bets com loterias tradicionais.
É como dizer que jogar R$ 5,00 no bolão da firma é o mesmo que perder o salário em 5 minutos numa roleta digital.
Apesar do Gilmar Mendes dar direito ao silêncio, ela falou mesmo assim, porque influencer calado é like perdido. Deu pra ver que pra Virginia, fazer roleta russa é igual a jogar Uno.
A Mega-Sena pode não ser santa, mas pelo menos não tem um influencer te mandando ‘bora pra cima’ enquanto você perde a sua poupança.
Se as bets são tão inofensivas quanto a Mega-Sena, por que nenhuma delas patrocina evento de caridade?
Enquanto o Brasil não decidir se proíbe ou regula de verdade, o jogo segue – e quem paga a conta é sempre o mesmo: o trouxa que acreditou no ‘easy money’.
Quer apostar em algo seguro? Aposta que, daqui a um ano, essa discussão vai estar tão esquecida quanto o último ganhador da Quina.
Fiz uma análise resumida sobre isso no meu vídeo de hoje no “Além da Notícia” do Paulo Mathias. Assiste aí. Eu APOSTO que você vai gostar!
Eu acho que sofro de alienação ou vivo em outro planeta. Não sei quem ou o que é essa pessoa , nem o que ela faz para ter 1/4 da população seguindo-a.
Muita hipocrisia .