A Comissão de Educação do Senado votará hoje o PL 5.230/2023, sobre a lei de reforma do ensino médio. Diante de relatórios e protestos que sugeriam a revogação da lei do novo ensino médio – que começou a ser implementado em 2022 e deveria estar a pleno vapor agora, em 2024 –, o projeto de lei a ser votado hoje prevê somente algumas alterações. No relatório da senadora Maria Auxiliadora Seabra Rezende (conhecida como Professora Dorinha) constam alguns aspectos que não estavam previstos no texto aprovado na Câmara, como a redução da carga horária das disciplinas regulares do currículo (incluindo português e matemática) e a obrigatoriedade do ensino de espanhol como segunda língua obrigatória.
É um pouco complicado entender a reforma do ensino médio e esses destaques quando se está familiarizado com o fato de que apenas 5% dos alunos do ensino médio aprenderam adequadamente a matemática básica, ou com o déficit considerável de professores em áreas como química, física e matemática e, também, espanhol. Diante da estrutura material precária da grande maioria das escolas estaduais do Brasil, como pensar que os alunos terão a opção de estudar robótica ou física médica como acontece nas melhores escolas particulares?