O Estadão, em pleno Advento, resolveu nos dar este presente de grego:
O artigo é assinado por Anna Padoa Casoretti, especialista em Pico Della Mirandola, o famoso pensador renascentista (ela até teve sua monografia publicada pela prestigiada Editora Loyola, composta por jesuítas em seu conselho editorial).
Seu argumento - o de que o pensador Heráclito, apelidado de “o obscuro” devido à densidade de suas reflexões, explicaria a situação atual de guerra em diversos países - pode ser resumido no seguinte parágrafo:
Diante de tal quadro, há alguma esperança de paz para nós? Sim, e a resposta pode ser encontrada no próprio fragmento 53. Há uma segunda ideia ali contida. Ao nomear a guerra como “pai” (pater) de todas as coisas, Heráclito (que já foi chamado de “o obscuro”, em razão de seu pensamento misterioso e enigmático) faz menção a uma “origem” das coisas, concedendo à batalha uma potência de criação. Como a sinalizar que, diante da contínua tensão entre os extremos, estabelece-se uma força fundamental e geradora a impulsionar a mudança que antecede o novo, seja na natureza que na sociedade.
Bem, como diria José Genoíno, “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”.