#CompanheirosDeCela
No Brasil, o espectro político vai do presídio à urna sem a menor cerimônia
Valdemar da Costa Neto, o dono do PL, que hoje carrega a direita como quem arrasta um defunto em cortejo fúnebre, andou rasgando elogios a José Dirceu, o eterno poderoso chefão petista. “Ele vai estourar de voto em 2026”, aposta Valdemar, com a empolgação de quem torce, literalmente, por um velho companheiro de cela.
Valdemar considera Dirceu um “craque da política”. Eles se conhecem bem. Ficaram juntinhos na Papuda em 2014, quando foram presos no escândalo do Mensalão.
Valdemar quer espremer os últimos bagaços da direita bolsonarista em 2026. Já Dirceu buscar um ano novo cheio de realizações, com um modesto gabinetezinho cheio de assessores e verbas públicas na Assembleia Legislativa de São Paulo.
“Valdemar é o político mais hábil da direita”, garante Dirceu. Foi o direitista Valdemar que articulou a aliança do PT com o PL em 2002, quando Lula foi eleito pela primeira vez.
Os dois experientes companheiros de cela tiveram tempo para se conhecerem mutuamente e descobrirem que entre grades e gabinetes há menos diferença do que imagina o pobre eleitorado. Por isso ainda cultivam uma amizade fiel que resistiu às ideologias e, principalmente, às delações premiadas.
Porque, no Brasil, o espectro político vai do presídio à urna sem a menor cerimônia.




Assinaram a Omertà na cela. São só duas famíglias distintas.
Os relacionamentos feitos na cadeia não são esquecidos. Que voltem à cadeia para continuar esse relacionamento.