#Conmebol&OTarzan&AChita
Enquanto a Conmebol é acusada de ser conivente com o racismo, presidente da entidade ironiza porque sabe que ninguém vai fazer nada
Há mais ou menos duas semanas, por ocasião da disputa da Libertadores na categoria sub 20, o atleta Luighi, jogador do Palmeiras, foi vítima de ofensas e gestos racistas.
Ao final da partida, o repórter da Conmebol decidiu fazer o que quase todo jornalista esportivo faz depois dos jogos: perguntar o óbvio, deixando o racismo de ladol.
Luighi chorou.
E se mostrou indignado que o repórter queria falar apenas do jogo, não abrindo espaço para o ato infracional ocorrido no Paraguai (diferentemente do Brasil, onde o racismo é crime).
Após o pranto de Luighi, os dirigentes do Palmeiras agiram de forma diligente e cobraram a Conmebol, reclamaram junto à CBF e, resta evidente, fizeram chegar sua indignação aos jornalistas brasileiros.
É bom que se diga que o jornalismo brasileiro não está lá muito afeito para trabalhar o tema. E isso nada tem a ver com a maldade intrínseca dos repórteres e editores, nada disso. Ocorre que em meio aos bons sentimentos dos setoristas da imprensa profissional sobra emoção e falta razão. Ou seja, tem muito som e fúria e pouco argumento baseado em evidência, conhecimento sobre o assunto; e capacidade de capturar que a chaga do racismo no Brasil também passa por uma espécie de revelação.