Uma das formas mais insidiosas de se distorcer a verdade e os fatos relacionados a um conflito militar é a manipulação e dos números de mortos e vítimas, mas muitos parecem se deliciar em fazer uma contabilidade macabra para justificarem suas posições e argumentos. Isso tem sido uma constante na atual percepção da guerra entre Israel e o Hamas, onde vemos claramente como o estado de Israel é tratado, quase sem exceção, como uma força amoral e antiética, que usa de seu poder militar de forma desproporcional ao ataque de outubro de 2023.
Antes de falar sobre números e estatísticas, é necessário notar que quando divulgados, estes reverberam em um ambiente político e cultural propenso a considerar os judeus como os únicos culpados do conflito.
Uma pesquisa de janeiro de 2024 descobriu que mais de um terço dos adultos dos EUA e quase metade dos jovens de 18 a 29 anos pensavam que Israel estava perpetrando um genocídio palestino. Em outra pesquisa realizada uma semana depois, esses números saltaram para metade dos adultos dos EUA e mais de dois terços dos jovens.
Outra pesquisa de 2020 - ainda mais reveladora da distorção de realidade e da História em que vivemos neste mundo hiperinformatizado e de como ignorância e a certeza moral se combinam para se tornarem verdadeiramente perigosas - feita com adultos americanos com menos de 40 anos descobriu que 63% não sabiam que seis milhões de judeus foram mortos no Holocausto e 11% acreditavam que os judeus haviam causado o Holocausto. E não são apenas os EUA. Um quarto dos jovens holandeses negam o Holocausto ou acham que os números dos mortos são exagerados.
É um cenário propício para a divulgação de mentiras, meias-verdades e crendices ideológicas disfarçadas de objetividade, que tentam mascarar o mais abjeto antijudaísmo.