Eis um dos trechos mais célebres (mas pouco citados) de Nietzsche, cujo assunto constante era a estupidez da imprensa da época:
“Considerando-se como ainda hoje todos os grandes eventos políticos entram furtivamente em cena, como são ocultos por acontecimentos insignificantes e parecem pequenos junto a eles, como só bastante tempo depois de ocorrerem mostram seus profundos efeitos e fazem tremer o solo - que significação se pode atribuir à imprensa, tal como é agora, com seu cotidiano dispêndio de fôlego para gritar, ensurdecer, incitar, apavorar - será ela mais do que um permanente alarme falso que desvia os sentidos e ouvidos para a direção errada?”
Hoje a pergunta do filósofo alemão pode ser dada como positiva, sem nenhum titubeio.
Vejamos o caso da tal da agressão contra a jornalista Natuza Nery, em um supermercado de Pinheiros, região nobre de São Paulo. Todos os integrantes do status quo ficaram do lado dela. Se for verdade o evento, como foi relatado por Monica Bergamo (tinha de ser ela…), a postura do policial civil é inaceitável. Contudo, onde estão as imagens? Onde estão as testemunhas? Cadê o Boletim de Ocorrência?