Esse caso passou batido na imprensa brasileira. Então talvez você nem saiba. Mas durou alguns dias, envolveu a rede Cracker Barrel e terminou com uma derrota vergonhosa para a lacração mundial.
Para o brasileiro entender: Cracker Barrel é como aqueles restaurantes de estrada com comida caseira regional, lojinha de lembrancinha brega e poltrona de balanço na varanda. Nos EUA, é símbolo da tradição sulista — biscoito com gravy, café ralo e um ícone inconfundível: um velhinho sentado em um barril, a cara da cultura sulista norte-americana.
Em décadas de existência, a Cracker Barrel, empresa raiz construída em cima de tradições, sempre foi muito bem de vendas. Até que chegou Julie Felss Masino, a CEO com currículo cheio de palavrinhas mágicas de LinkedIn — “diversidade”, “inclusão”, “transformação” — e resolveu que tradição é opressão. Mandou o velhinho pro olho da rua e trocou tudo por um logo genérico dourado, digno de cafeteria woke que serve pão sem glúten com tofu a 50 dólares.
Para Julie “Woke” Felss Masino, o logo anterior era opressor. É sempre curioso ver quando o CEO de uma empresa de sucesso, construída sobre tradição, resolve agir como se a tradição devesse ser exterminada.
Esse roteiro, totalmente baseado em uma ideologia que mais parece doença mental, nem é novidade: a cultura woke já aposentou a Aunt Jemima, deu sumiço no Tio Ben, emagreceu a Mrs. Butterworth e até deixou o Sr. Cabeça de Batata sem gênero. Agora, sobrou para o velhinho do barril — aparentemente, até um desenho rústico virou “ameaça sistêmica”.
Eu já escrevi sobre isso, e gostaria que você lesse clicando AQUI.
Mas, desta vez, não sou só eu que estou de saco cheio desse tipo de cretinice. O mundo parece estar reagindo forte. O público, dessa vez, não engoliu a mudança. Clientes xingaram, e as redes sociais dos americanos explodiram.
Até uma rede de fast-food concorrente da Cracker Barrel lamentou o ocorrido com a sua rival.
E foi assim que as ações da Cracker Barrel, sob o comando de Julie, despencaram milhões em poucos dias.
O barulho foi tão grande que a empresa teve que correr de volta, ressuscitar o velhinho no barril e fingir que nada aconteceu — quase como pedir desculpas por esquecer de servir arroz no PF.
Julie e sua equipe, as mesmas pessoas que no início dessa presepada diziam sofrer crime de ódio da clientela que não gostou da mudança, estão agora no Instagram da empresa fingindo que nada aconteceu. Estão até oferecendo brinde para quem trocar o cartão com o logo novo pelo antigo. O post tem direito a música “opressora” e tudo. Vejam:
Julie e sua turma de lacradores conseguiram apenas isso: provar que “vitória woke” dura menos que hambúrguer de soja em churrasco texano — a fumaça sobe, o gosto some e todo o esforço de quem serve o almoço pensando só nas próprias preferências pessoais acaba cuspido no lixo.
No fim do dia, o mundo é povoado por pessoas comuns. E essas pessoas querem comer panqueca — não “panqueque”.
Essa moda antiwoke precisa chegar aqui, mas, como atrasados em tudo, creio que ainda demora uns 10 anos.
Ótimo. Merece comemoração