Quatro meses de site. É como se fossem quatro anos. Ou dezesseis anos. Lula cansa. Gilmar Mendes cansa ainda mais.
Depois de largar a Veja para escrever sobre um assunto que me interessava - os passos de Tito -, larguei O Antagonista para escrever sobre outro assunto que me interessava - a pincelada de Ticiano.
Agora estou matutando sobre outros interesses - nenhum dos quais, claro, Lula ou Gilmar Mendes.
Quatro décadas atrás, realizei o sonho de 67% dos jovens brasileiros e escapei do Brasil. Durante o horário comercial, porém, o Brasil continua instalado dentro de mim, vivendo clandestinamente num quartinho esquálido, com salário de entregador de pizza. A vista da minha janela é o Canal Grande. A vista da tela do computador, enquanto escrevo para o NEIM, é Lula. Ou, pior ainda, Gilmar Mendes.
O que eu tenho a ensinar é o seguinte: evite que esse Brasil clandestino, representado por Lula e Gilmar Mendes, ocupe todo o seu território. Erga um muro capaz de impedir que essa gentalha atravesse a nado seu rio Grande mental. Os guardas de sua fronteira devem disparar contra qualquer tentativa de invasão dos imigrantes ilegais. Lula e Gilmar Mendes? Só no horário comercial.
Há duas vistas que você menciona. A janela da sua casa e a do computador. A primeira é a perene, histórica, tradicional, construída ao longo dos séculos e que permanece. Veneza ('La Dominante') representa inspiração, multiplicidade e ponto de apoio. O futuro se constrói com arte, educação e valores, e nela você e nós a usamos para levantar o mundo. Veneza representa a humanidade.
A segunda janela - e os personagens que a ocupam (temporariamente) -, vem por demanda da sua obrigação e seu dever de ofício. Traz angústia e indignação, certamente. Porém, é passageira e datada.
A primeira representando a humanidade, é a visão de longo prazo. Pertence às atuais gerações e as que virão. E viva Venezia!
Exato!
Me informo todo santo dia, e vou enfrente...largo o celular e vou Viver!
Não há Vida nas redes sociais.
A Vida está lá fora!
E se avisa nuvens escuras nas próximas décadas