As manchetes dos jornais estavam prontas. Mas o fato é que não houve um terremoto político na Europa. O bloco que elegeu Ursula von der Leyen quatro anos atrás permanece folgadamente majoritário: o PP cresceu, os socialistas empataram, só os liberais perderam.
Não vou amolá-lo detalhando o desempenho da extrema-direita em cada país. Só digo que ela cresceu nos lugares em que, paradoxalmente, conseguiu passar uma imagem menos extremista, como nos casos de Meloni e Le Pen. No resto, o resultado foi médio. Um exemplo: seis meses atrás, na Alemanha, a AfD chegou a pontuar 23% nas pesquisas; ontem teve 15%.
Um terremoto rende manchetes; uma sacudida, não. O que houve na Europa foi uma sacudida que vai derrubar alguns governos, mas não mexe no principal: a frente anti-Putin.
Uma família amiga morava numa casa com vasto quintal. O endereço era no morro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro. Um dia o caseiro cometeu algum deslize com o pastor alemão, que o atacou. Para se defender ele (o caseiro), mordeu o cachorro. Nos dias seguintes tornou-se manchete de jornal. Foi até dar entrevista na Televisão.
Hoje em seu desespero por cliques e grana, a Imprensa (em morte lenta), busca mordedores de cachorro até onde não existem.
O uso do termo "extrema-direita" tornou-se genérico, pejorativo e aplicado a qquer coisa q se oponha ao progressismo convencional. No Brasil, de quebra, fora do lulopetismo, todos são considerados fascistas e até o impoluto e insuspeito Gilmar Mendes declarou q "Curitiba foi o berço do fascismo", "confundindo", propositadamente, combate à corrupção c fascismo.
Se possível, gostaria de uma análise sobre o significado dessa mudança no parlamento europeu e as consequências mais imediatas. Macron deu uma de durão, parece q meio ressentido, e chamou eleições p já, gesto julgado arriscado.
Fica a sugestão p um podcast.