“Diogo Mainardi sumiu”, escreveu meu sócio. “Ele está ocupado com seu livro”.
Mais do que ocupado, ontem eu estava exasperado. O livro tem um formato insólito, cheio de imagens, que precisam ser negociadas com seus proprietários. Além do custo, há também uma questão de prazo: a editora resolveu me atazanar com a possibilidade de publicá-lo apenas no ano que vem.
Sempre fui um autor paciente, mas a espera, nesse caso, já passou do ponto. Por um motivo; na verdade, um defeito: não consigo pensar em duas coisas ao mesmo tempo. Só sou capaz de me dedicar a um novo livro depois de me desfazer do velho.
É razoável perguntar-se por que eu deveria escrever um novo livro num ambiente como o nosso, orgulhosamente pós-literário (aliás, esse é um dos temas do meu livro). A resposta é simples: a entrevista publicada ontem no NEIM, com Mark Lilla, em que ele trata de livros velhos e novos, tem mais a dizer sobre o presente do que qualquer post sobre Maduro.