#DireitaForjadaNoCentrão
No ato de domingo na Paulista, Tarcísio revelou que viu o que ninguém mais viu: Bolsonaro se preocupou com as pessoas na pandemia
Depois que muita gente se apressou para chamar de fracasso a manifestação dos bolsonarentos no Rio de Janeiro, o PT foi lá e mostrou o que era realmente flopar uma manifestação. No dia 30 de março, lulentos não conseguiram levar muito mais do que 6 mil pessoas para as ruas.
No domingo, 06/04, Bolsonaro juntou mais de 40 mil pessoas na Paulista. Esperavam 500 mil. Mas, convenhamos, 40 mil é um feito bastante considerável diante da náusea causada pela política bolsolulenta.
Alguns interpretam que esse foi o “efeito Débora”. Mas será que não foi o efeito São Paulo?
De qualquer forma, é divertido ver a imprensa usar o termo “aglomeração” para se referir ao ato.
Ou ver entre as fotos dos pobres coitados “exilados”, o Rodrigo Constantino e o Bananinha. Uma diversão debochada, cansada, exausta, mas ainda engraçada.
O evento contou com a participação de sete governadores, todos rastejando e babando em busca de uma candidatura à presidência, temerosos de perder os votos dos eleitores bolsonaristas. Se agirem de forma diferente, terão votos? Será que há mesmo 55% das pessoas rejeitando igualmente Bolsonaro e Lula, como apontou a pesquisa da Quaest?
Sem essa certeza, ninguém hesitou em fingir que apoia o inelegível Bolsonaro. A covardia grita sempre muito mais alto do que a coragem.
O centrão dos Amigos canta: “Disse o poeta, o artista vai onde o povo está. Por isso cantamos a qualquer hora e em qualquer lugar”.
O ato, que se apresentava como um movimento em prol da anistia, na verdade repetiu a velha prática do PT com os pobres, os trabalhadores e os sindicatos: instrumentalizar uma situação que envolve gente mais fraca ou mais trouxa para colher benefícios nas próximas eleições. Nada de novo no reino. Mas, como sempre, na imprensa, aparecem aqueles que dizem que, no caso dos bolsonaristas, os políticos “rasgaram suas fantasias de democratas”. É fantástico.
Muitos acreditam que toda essa farsa é indispensável para se opor ao PT. Certo. Mas e se, em vez disso, todos se unissem contra o bolsolulismo? Não seria uma abordagem mais produtiva, pragmática e, quem sabe, até capaz de gerar algo realmente benéfico para o país? No caso da política brasileira, esse pensamento só pode ser ironia, piada ou cinismo e não ingenuidade.
O fato é que tanto o PT, quanto os partidos do centrão, têm interesse em manter Bolsonaro como um representante da direita. Para isso, contam com a prestimosa ajuda da imprensa. Ainda que o próprio Bolsonaro já tenha declarado em alto e bom som que é do centrão e sempre foi. Ainda que ele tenha governado como um serviçal do centrão. Não importa, ele é tratado como o chefão da máquina da direita. Escrevo isso, suspiro e sorrio para o meu gato.
Manter a chave e o distintivo da direita associados a Bolsonaro ainda alimenta a ilusão daqueles que fecham olhos e ouvidos para o que Bolsonaro realmente fez e disse durante todos os seus mandatos políticos. Essa associação beneficia não uma oposição genuína ao petismo, mas sim os interesses do centrão.
Originado na redemocratização, o centrão teve seu poder extremamente fortalecido pelas décadas de domínio do PT e agora forja uma direita que se curva aos mesmos esquemas. Novamente, nada de novo no reino.
Claro, é tudo muito complexo. Tudo parece sem jeito, sem solução. Se não for o Bolsonaro quem vai tirar Lula e o PT do governo? O discurso populista tem essa intenção mesmo, deixar o eleitor sem saída, simplificar para que até o Homer Simpson pense que entende de política. E ainda afirme, sem pensar duas vezes: “é estratégia” para todo tipo de bobagem imbecilizante.
Simplificações baratas costumam oferecer resultados mais rápidos, e, quando uma dessas simplificações chega ao poder, o que resta é improvisar e esperar para ver no que vai dar. É o mesmo caminho de sempre, conduzindo aos mesmos resultados de sempre.
Ontem Tarcísio falou como qualquer candidato racional que realmente quer muitos votos: “Se tudo está caro, volta Bolsonaro”. Mas, do ponto de vista da saúde mental, a fala mais preocupante do candidato mais desejado por petistas, centrãozistas e farialimistas foi: “Eu vi o presidente preocupado com as pessoas na pandemia”. Tarcísio vê coisas que ninguém mais vê?
Ratinho Júnior deixou claro que estava ali em nome da população brasileira e Caiado falou em sentimento nacional e em justiça. Sérgio Moro também apareceu, não falou no palanque, mas mostrou que está no jogo.
Todos muito preocupados com a anistia, sim senhor.
Ovo, café, carne, arroz, feijão, não quero saber se está tudo caro. Eu já decidi: o candidato que prometer antieméticos na cesta básica do brasileiro terá meu voto.
Cito o filósofo luiz f pondé para resumir estas manifestações: “ali onde está a multidão está a mentira. Muitos sentimentos unidos são falsos”.
A solução Ribeiro, é a mídia (inclusive NEIM) parar de focar no presidente (que tem pouquíssimo poder sem apoio do congresso) e iniciar uma campanha a nível nacional de conscientização sobre a importância do Senado e do Câmara.
Há décadas estamos reféns do congresso, porém insistimos em falar apenas de presidentes..