#DueloDeMarcosAurélios

Só sentimos falta do Latim

O Marco Aurélio do grupo lulista Prerrogativas acusou o Marco Aurélio, ex-STF, de “apreciar um autoritarismo”.

É muito Marco Aurélio para pouca Roma.

O ex-ministro Marco Aurélio de Mello, agora advogado, criticou a operação da PF contra os bolsonaristas. Com seu estilo verborrágico, disse muitas coisas à Veja. Mas podemos resumi-las com este pequeno trecho: “as investigações estão sendo tocadas de forma muito abrangente, o que implica desgaste para a instituição do Supremo. (…) É preciso que o STF tire o pé do acelerador”.

Já o Marco Aurélio de Carvalho, do Prerrogativas, disse que as afirmações do ministro aposentado “causam espanto”, porque são elas que, de fato, causam desgates à imagem do Supremo. E partiu para o pessoal: “ele faz um esforço retórico para relativizar graves crimes contra a democracia e contra o próprio tribunal que integrou. De toda sorte, não é exatamente uma novidade. Carrega no DNA o apreço pelo autoritarismo”.

É verdade que as discussões jurídicas são sempre enfadonhas. Mas o que chamou a atenção nessa disputa retórica entre os Marcos Aurélios tupiniquins foi não ter rolado nenhuma expressão em latim.

Vamos corrigir isso. Corvus oculum corvi non eruit (Um corvo não arranca o olho de outro corvo). Quando advogados entram em embates políticos, jamais se prejudicam porque acabam sempre sendo convenientes um para o outro. Afinal, algumas causas se ganham, outras se perdem. Mas todas elas têm honorários.