O ENEM mostrou o fracasso das escolas públicas do país novamente? Sim. E daí?
Há um problema monumental prestes a atingir a indústria com as tarifas de Trump? Sim. E daí?
O Brasil está no caminho do abismo econômico? Sim. E daí?
Nos esquecidos tempos pandêmicos, o “e daí?” foi dito com todas as letras pelo sujeito que não é coveiro. Agora, o “e daí?” é silencioso, subentendido, institucionalizado e festejado.
A imprensa olha para a campanha de Lula com fascínio, acompanha as reações digitais da oposição, empolga-se com o roteiro dos marqueteiros.
Ora exaltam, a contragosto, o Nikolas. Ora vibram com o sucesso do novo João Santana do PT, Otávio Antunes. Sujeito silencioso, que emergiu das profundezas das bases petistas, colado a Jilmar Tatto – ex-secretário da gestão de Haddad em São Paulo, citado por Nestor Cerveró como um dos recebedores de propinas da BR Distribuidora.
Desviar o foco dos problemas reais para as mediocridades visuais e simbólicas tornou-se prática comum. Nada revela melhor a qualidade subterrânea que parte da imprensa gosta de nutrir do que sua alegria ao flertar com o superficial.
Um pequeno exemplo de uma reunião de manchetes que naturalizam o uso da máquina estatal para fazer propaganda partidária. Aí se misturam o marqueteiro, o ministro, o partido, o Planalto, o governo e a campanha eleitoral. Tudo junto, misturado, embananado e embolorado.
Chama atenção, entre os títulos das reportagens do Estadão, a inspiração do PT num fenômeno dos EUA e não da Rússia ou da China. Qual seria esse fenômeno?
O nome dele é Zohran Mamdani, o TikToker, ex-rapper, que vende velharias como se fossem grandes novidades. Ele venceu as primárias dos democratas para a prefeitura de Nova York com ideias como congelar aluguéis, transporte gratuito e promessas de sobretaxar quem ganha mais de US$ 1 milhão por ano. Enfim, todo tipo de benesses com o chapéu alheio e que se revestem de “justiça social”. Rapidamente, óbvio, virou modelo para o marqueteiro petista.
Afinal, se depender só do Sidônio...
No Twitter do gov.br tem também uma versão com cachorrinhos. Muito didática. Lembrando que só em 2025 serão R$ 3,5 bilhões para esse tipo de trabalho primoroso.
Mas, não façamos como a imprensa. Vamos separar as coisas. Jilmar Tatto e Otávio Antunes são do PT. Sidônio não é marqueteiro do PT. Sidônio é ministro da Secom. Ministro de Estado. Coisas assim não têm relevância, porque o governo é do PT.
Secom fazendo propaganda partidária é coisa proibida por aquela coisa, como é mesmo o nome? Constituição… Mas no governo do PT a lei é sempre suspensa. É para proteger a democracia e, agora, a soberania. A ladainha é a mesma de sempre.
E, se estamos falando de imprensa subterrânea, ela não poderia ficar de fora:
A moça, no melhor estilo panfletista militante, afirma:
A bancada do PL no Congresso tenta organizar uma guerrilha para reagir nas redes sociais, com deputados disparando orientações entre si e para seus apoiadores para denunciarem ações pró-soberania do Brasil e atacar o presidente Lula e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Depois de apresentar as incríveis mensagens às quais “o blog teve acesso”, como se fosse uma incrível descoberta que os bolsonaristas se organizam nas redes sociais para repertir seus mantras míticos, ela conclui::
Porém, a reação majoritária é, até aqui, de defesa da soberania nacional, do livre exercício do Poder Judiciário e do respeito às regras do comércio internacional.
Ufa. O bem venceu o mal no mundo dos ursinhos carinhosos e no Brasil também!
O que? Lula usando a estrutura estatal para promover o PT? A estratégia de comunicação do governo sendo orientada pelo Partido? Não pode ser. Isso é coisa que Xi-Jinping, Orbán, Putin, Maduro e outros ditadores fazem...
Aqui, segundo a moça da GloboNews, quem está vencendo é a soberania nacional.
Aliás, a democracia saiu de vez do palco? Agora, a gente só deve falar de soberania?
Enquanto houver a soberania que a Daniela anuncia, a jabuticabice lulenta prosseguirá. Lula pode continuar a cometer ilegalidades, a ferir princípios constitucionais, a subverter o Estado de direito, a jogar as instituições no lixo, a arrebentar com a economia, com a indústria, com a educação, com a saúde, tudo com apoio do STF, do Congresso, da Justiça Eleitoral, de grande parte da imprensa.
Ah! Não podemos esquecer que essa guerrilha, ou melhor, esse “gabinete da ousadia”, conta com a participação especial do Prerrogativas. Um grupo que tem o advogado que arrebentou de vez com os Correios e aquele outro que frequenta a Suprema Corte de bermuda.
República Federativa da Jabuticaba
soberania dos bananas ...