#EmDefesaDasCoisas
A predominância da “vida digital” em nossas vidas reforça a qualidade e importância das coisas diante das “não-coisas
Não é nenhuma novidade que sou um apaixonado defensor das mídias físicas, livros, discos, filmes, gibis, e tudo que ocupa espaço, aquilo que é tangível e palpável, que carrega em si não apenas informação e dados, mas que cria uma relação, uma narração. São coisas do mundo que estabilizam a vida humana.
Mesmo que por questões várias, mas primordialmente econômicas, hoje tenha que apelar para serviços de streamings para poder ver ou ouvir filmes/séries e músicas - mas mantendo ainda uma bela coleção de dvds/blu-rays cds/vinil) – nunca me adaptei ao leitor digital e aos e-books. Até cheguei a comprar um Kindle certa feita, comprei uns livros, baixei outros, mas depois de três meses passei o aparelho para a frente e nunca me fez falta. O que mais me incomodava era a falta de tangibilidade na leitura: ter o livro na mão, poder folhear as páginas, sublinhar ou comentar algo com qualquer lápis/caneta que estivesse à mão, algumas das pequenas coisas que fazem do livro um objeto ideal. Sem contar a sensação de que, ao ler um e-book parecia que eu estava apenas recebendo informação, enquanto na leitura de um livro eu criava uma relação.
Com o passar dos anos e com a predominância da “vida digital” em nossas vidas, outras questões começaram a surgir que, a meu ver, reforçam a qualidade e importância das coisas diante das “não-coisas”.