Por João Falstaff
“Que venha uma praga, quando os ladrões não souberem mais serem fiéis uns aos outros!”
Shakespeare, Henrique IV
É do jogo. Acontece. Um dia é da caça, outro é do caçador. A política no Brasil é assim mesmo. Foram as frases mais ouvidas nessa semana nos corredores de Brasília.
Mesmo de longe, se fecharmos os olhos, conseguimos ouvir essas sentenças ecoarem nas almas (e, muitas vezes, nas línguas) de milhões de brasileiros por esse mundão afora (peço perdão pelo tom melodramático!).
Analiticamente, analisando as análises inflacionadas em nossos jornais, depois que o orçamento nada secreto virou assalto consentido e legitimado dos cofres públicos, Lula perdeu boa parte do poder de suborno negociação com os parlamentares.
O estadista mais democratizante da história deste país, agora, só “negocia” com os ministros do STF. São muitos amigos e amigos do amigo no STF. Mas Dino, atualmente, é o seu S-BFF (Supreme Best Friend Forever).
As emendas Pix, como se sabe, são uma grande conquista do Poder Legislativo. Segundo o deputado Júlio Greenbow (PP-PI), elas desburocratizam os processos de transferência de recursos orçamentários da União diretamente para os bolsos dos prefeitos e vereadores de todo o país. Especialmente, naquelas cidades governadas pelos parentes dos parlamentares, que têm menos de 10 mil habitantes e nenhuma fiscalização, o dinheiro flui.
Entretanto, a Abraji (aquela associação de “jornalismo investigativo”, amiga do Taxad) entrou com uma ação contra essa grande conquista do Legislativo. A ação, inicialmente foi para as mãos delicadas de Gilmar Mendes que solicitou ao PerdeuMané Barroso que redistribuísse a batata quente.
Dino, então, suspendeu temporariamente a fonte que faria jorrar votos para os partidos dos parlamentares nas eleições municipais de outubro.
Alexander, o Padilha, jura que não tem o dedo mindinho da mão esquerda de Lula nisso. E, claro, não temos nenhum motivo para duvidar das juras de um governo petista.
Argumenta-se na imprensa imparcialíssima que, nesse caso, Dino tem razão e a interferência do Judiciário é mega legítima. Afinal, também não temos motivos para duvidar da integridade, imparcialidade e correção dos ministros do STF.