#EuTeAmo,ClasseMédia
O cinema brasileiro devia dizer isso para conquistar definitivamente o grande público
Por Fernando Lima Cunha
NÃO PARECE, MAS TORÇO PELO BRASIL. Se falo mal, faço-o por desabafo, não por torcer contra. A verdade é que eu queria muito que tudo aqui desse certo, de um jeito nosso, autêntico. Imagine só se tivéssemos uma escola brasileira de fazer coisas ótimas, inimitáveis; algo como dizer “carro italiano” e pensar logo num super bólido, entende?
Não precisávamos ser os melhores do mundo em nada, a princípio; podíamos ser realistas e lutar para chegar a um patamar mediano (não medíocre, outra coisa) e, a partir desse nível intermediário, dar uns pulinhos para alcançar a elevação, aqui e acolá. Já estaria de bom tamanho.
Enfim, o que houve: semanas atrás li uma notícia de certa cota de tela para filmes brasileiros nos cinemas, por autoria do ínclito senador Randolfe Rodrigues. Vai ter filme brasileiro na marra ou teje preso, seu Randolfe manda avisar. Claro, eu exagero. Paga umas multinhas se infligir, café pequeno.
Mas, francamente, cota de tela? Pode haver maior confissão de fracasso? “Mas a Cochinchina fez o mesmo em 1991 e olha só como é hoje” etc. etc. Certo, certo.
Não sou nenhum brucutu com bandeira confederada, nem sou Tio Sam na veia haja o que houver, de modo algum. Não penso “brasileiro que se dane”, nada isso. De resto, sei as dificuldades todas do meio, a falta de espaço para exibição, a cadeia de custos envolvida e tudo o mais, ok, ok, entendo, entendo.
Meu ponto é outro. Permita-me elaborar.