O circo, de épocas passadas, tinha nos animais sua maior atração. É claro que os palhaços faziam a felicidade da criançada, porém não era algo exclusivo do circo. Já, o espetáculo acontecendo no centro do picadeiro, com o elefante caminhando com tamanho e pompa, fazia toda a diferença. A dançarina, em equilíbrio sobre seu lombo, acenava para as crianças. Atônitas, acompanhavam passo a passo o passeio do mastodonte resignado.
Para manter o elefante em cativeiro, era necessário recebê-lo filhote. Em seguida, fixar uma de suas patas a uma corrente presa a uma estaca no solo. Enquanto, rebelde, ele tentava se desvencilhar sem êxito. Sem forças para tal, logo se acostumava aos limites impostos, tornando-se um bicho domesticado e dócil. Quando adulto, a corrente continuava a condicioná-lo à situação, sem perceber que teria energia suficiente para se desvencilhar da frágil estaca.
A força do paradigma absorvido era tal que a turma do circo podia dormir em paz.