Bolsonaro não é o único rato abandonando o navio hoje.
Após quase uma década servindo como garoto propaganda da lacromédia, Porchat parece estar sentindo que os ventos estão mudando e já acena para os desavisados que ele nunca foi quem ele decidiu ser.
Qual a próxima? Taís Carla dizer que obesidade é doença?
Aliás, Porchat certamente desaprovaria esse meu comentário acima.
É revoltante quando você é do meio e entende perfeitamente o joguinho. Diferente dele, eu sempre defendi que piadas não são feitas para ofender. Porém, confesso achar ofensivo ler uma declaração dessas, pois sem dúvida isso ofende a nossa inteligência e ninguém gosta de ser chamado de retardado.
Quem não lembra?
Sim, os ventos estão mudando. Ninguém mais suporta essa merda. E se hoje os ventos estão mudando é graças a resistência de alguns comediantes de verdade, e não graças ao Porchat. Fábio faz parte da turminha limpinha que trabalhou para que essa onda crescesse e higienizasse a comédia. E eu arrisco dizer que nem tudo é apenas sobre ideologia, afinal, deve fazer bem pro ego também se juntar com essa turminha para, sob o pretexto de fazer do mundo um lugar melhor, usar o movimento para tentar varrer pra baixo do tapete colegas que a sua vaidade não gosta de ver por perto, não é mesmo?
Aqui ganha sempre quem faz o jogo do dissimulado.
Funciona assim: você repete a ladainha política que a rodinha do Leblon manda e automaticamente o jornalista te chama de gênio da comédia na manchete do O Globo, mesmo que você não faça ninguém rir faz tempo. Como bônus, você fecha várias publicidades e quem sabe também vira garoto propaganda do iFood, mesmo tendo feito campanha pro pinguço que quer fuder com o aplicativo. Leia aqui o que já falei sobre isso.
Essa submissão à tal agendinha bunda, funciona bem por um tempo na bolha da auto-punhetação até que uma coisinha aparece para estragar os planos da beautiful people, e essa coisinha se chama realidade. No caso da comédia a realidade bate na porta e esses caras percebem que no mundo real a sua popularidade não tem um número tão expressivo quanto o da sua conta bancária. E o vazio na alma aparece.
Colocar agenda política na frente do humor só dá bom resultado entre os PNCs que jamais aparecem no teatro para rir de piadas. Então, você vê colegas que não se dobraram e aguentaram as pancadas ainda relevantes e em plena ascensão e percebe que a onda que escolheu surfar vai desembocar num esgoto. E aí? Faz o quê?
Finge que nunca fez parte do negócio, oras!
Então é isso aí.
Depois de expressar publicamente desaprovação quando eu rasguei uma censura estatal e depois de voltar atrás e condenar o Léo Lins por piada, aí está o nosso herói tentando ser a vanguarda dessa 'novidade’ que existe desde os tempos de Aristófanes que é o tal do “humor que não se dobra a lacromédia esquerdista".
Sinceramente, vai tomar no teu rabo, meu irmão.
Os próximos passos todos já sabemos. Assim que a balança virar de vez a Globo fará um programa versão água com açúcar dos amaldiçoados The Noite ou Pânico e você lerá nos jornais: “OUSADIA: Porchat e Adnet inovam o humor ao fazer piadinhas de gordo".
Caro Porchat: ao contrário de vários comediantes que vieram do nada e construíram uma carreira na comédia nadando contra a maré , você nasceu rico, logo, nunca precisou se vender. Então, por quê?
Você ganhou alguns tapinhas nas costas, fechou algumas publicidades. E essa é a sua recompensa. Certamente isso tem o seu proveito e o seu lado positivo. Se contente com isso. Essa é a sua parte.
Mas não tente bancar esse papel agora.
Culhões não são como os cabelos. Uma vez cortados eles não costumam nascer de novo.
Sou do Rio, por aqui sempre tivemos bons humoristas. Fui fã dos Casseta e Planeta. Foi o humor da minha geração. Bussunda era o máximo na paródia. Sacaneava a todos . Era o típico humor carioca. Atualmente, pra me fazer rir é preciso me pagar, antes eu pagava para me fazerem rir. Não existe humorismo de verdade baseado no politicamente correto. Isso é babaquice. É cerceamento a piada que produz boas gargalhadas. Fábio Porchart é um💩, bobo e deslumbrado. Fui a um stand-up dele, o Comedia em Pé, logo no começo da sua carreira, estou esperando a piada acontecer até hoje. Um mala, chato e pretensioso. Não representa o humor carioca.
Nunca suportei.
Não dá pra aguentar o tipo quem viu Jerry Lewis umas mil vezes em "O Terror das Mulheres" nas Sessão da Tarde da vida e veria outras mil.
Enquanto rolava de rir com as bichinhas ricas e as bichinhas pobres de um Costinha às 17h se apresentando para crianças.
Mundo realmente já foi outro