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#FuncionáriosDoAno

O self-service judiciário é a maior inovação da caríssima justiça brasileira: os suprêmicos escolhem os ingredientes, temperam relatórios e servem decisões que eles mesmos encomendaram

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João Falstaff
dez 27, 2025
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Que 2026 comece com um brinde à nossa imprensa. Que classe! Que fôlego! Com a agilidade de um contorcionista de circo, parte significativa dos jornalistas conseguiu, nos últimos anos, sustentar a tese mais fascinante da história moderna: a de que a Constituição é como um guarda-chuva que se pode fechar durante a tempestade – para bater nos inimigos, naturalmente – e reabrir, sequinho e intacto, quando o sol voltar a brilhar.

Usando nada mais do que palavras e cuspe, eles nos convenceram de que o estado de exceção higiênico era o papel igualmente higiênico dos Supremes. Deixem os suprêmicos brincarem de xerife para o bem da democracia, diziam.

No começo, quando tudo ainda era mato, a mordaça na revista Crusoé deu início àquele episódio piloto de um inquérito que, como novela ruim, parece não ter fim. Mas a técnica passou por um refinamento. Hoje, a blindagem abunda e é tão magnífica que já nos permite o luxo de certas liberdades controladas... Quem controla?

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João Falstaff
João Falstaff é um falstaffianista, autoproclamado incorrespondente do NEIM em Brasília, a cidade que também “de dois efes se compõe”, como a Bahia no poema de Gregório de Matos.
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