Não É Imprensa

Não É Imprensa

Share this post

Não É Imprensa
Não É Imprensa
#GramáticaSarcásticaDaLínguaPortuguesa (5)
Copiar link
Facebook
Email
Notes
Mais

#GramáticaSarcásticaDaLínguaPortuguesa (5)

Sujeito explode diante do STF e reacende polêmica: é lícito explodir em 1ª pessoa?

Avatar de Não é Redação
Não é Redação
jan 22, 2025
∙ Pago
56

Share this post

Não É Imprensa
Não É Imprensa
#GramáticaSarcásticaDaLínguaPortuguesa (5)
Copiar link
Facebook
Email
Notes
Mais
2
1
Compartilhar

Por Evanildo Debochara

Homem morto em explosão na Praça dos Três Poderes visitou o STF meses  antes: "Deixaram a raposa entrar no galinheiro" | GZH

Uma explosão conjugada em primeira pessoa diante do Supremo Tribunal Federal (STF), ocorrida no dia 13 de novembro de 2024, trouxe mais uma vez à tona a controvérsia em torno do direito de (se) explodir. Trata-se de ato condenável não só moralmente como também gramaticalmente segundo vários autores (Napoleão, Cegalla, Luft, Sacconi etc.), que tratam o verbo como defectivo, isto é, que não apresenta todas as formas do paradigma a que pertence (como abolir, adequar, banir, demolir, doer, falir, reaver, colorir, ruir, exaurir, extorquir etc). Alguns deles sugerem como alternativa recorrer ou a um sinônimo ou ao auxílio de uma perífrase (estou explodindo, sei explodir, não vou explodir, não podes explodir); outros dão como alternativa estourar. Todos eles até reconhecem o uso de explodo, expludo, exploda, expluda etc. por escritores modernos, mas praticamente nenhum deles dá o braço a torcer para declarar essas formas como corretas.

Para concurseiros, paga-paus de gramáticos e gente submissa à tradição, as lições desses autores bastam para bater o martelo sobre a defectividade desse verbo. Mas “há mais variantes na língua culta do que sonha a tua gramática”, já dizia Shakespeare. Nem todo mundo que explode – como o candidato a vereador do PL na Praça dos Três Poderes – quer necessariamente estourar ou usar outros verbos; por mais sinônimos que sejam, certos verbos não têm a mesma carga semântica, expressiva ou explosiva dos outros. É mais prático e natural explodir em pessoas e tempos ainda tratados injustamente como incorretos, e é isso o que acaba sendo feito por todo mundo (exceto gente temente à ira do deus da Gramática, que não existe).

Esta publicação é para assinantes pagos.

Already a paid subscriber? Entrar
Uma publicação convidada por
Não é Redação
Inscreva-se em Não
© 2025 Não é Imprensa
Privacidade ∙ Termos ∙ Aviso de coleta
Comece a escreverObtenha o App
Substack é o lar da grande cultura

Compartilhar

Copiar link
Facebook
Email
Notes
Mais