#GrandezaPolítica
Eis o convite de Faulkner: não nos deixar levar pelas respostas fáceis mas, arduamente, inculcar em nossos corações a magnanimidade e a boa ambição
João Pereira Coutinho escreveu um interessante e necessário texto sobre a atual estupidez e pequenez de nossos políticos e de como tal política de pão e circo só aprofunda o distanciamento entre a elite e a população comum. Nosso editorial fez um excelente comentário complementar ao texto do portuga mais querido de nossa fauna intelectual, mas gostaria aqui de lembrar, ou relembrar, o livro The Case For Greatness, de Robert Faulkner, infelizmente nunca publicado no Brasil, mas que já discutia, lá nos idos de 2014, como a política se tornara apequenada.
Vivemos em tempos de anões políticos, onde a imagem do homem público é irrelevante, descolada da realidade ou dos anseios populares. Quase todos são parte das ‘elites revolucionárias’, como bem diria Christopher Lasch.
Mas será essa uma imagem justa? Será que todos os governantes de nosso tempo são tão medíocres assim? Será que não há na verdade um desgaste da própria ciência política que, com premissas erradas, derruba qualquer possibilidade de uma visão mais profunda do assunto?
Falkner vai buscar nos grandes nomes da antiguidade clássica respostas e também uma maior compreensão da vida pública.
Faulkner explica como a ambição política e a magnanimidade (grandeza de alma) foram pensadas, interpretadas e analisadas de forma muito mais ampla pelos antigos. Partindo do gentil-homem aristotélico, passando por “Alcebíades” de Platão, “A educação de Ciro” de Xenofonte, até chegar à decadência igualitária e ao vazio liberal de John Rawls e Hannah Arendt, o autor nos desafia a encarar o quão pequenos somos e que, ao exigir grandeza dos homens públicos, esquecemo-nos de que é necessário que sejamos nós os primeiros a buscar esta grandeza.