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Antes de apreciar uma rosa, devíamos perguntar em qual partido ela vota

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Lais Boveto
jan 12, 2025
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Se você “enxergar o que está por trás” de todas as coisas sem exceção, então tudo se tornará transparente para você. Mas um mundo completamente transparente é um mundo invisível. “Ver o que está por trás” de todas as coisas é o mesmo que não ver nada.

C. S. Lewis. A abolição do homem

Olhar para uma rosa; pensar em nós mesmos olhando para a rosa; pensar que devemos olhar para a rosa por um método, por um tipo certo de olhar... Segundo C. S. Lewis, essa é uma ótima maneira para fazer com que a rosa rapidamente deixe de existir.

Nossos nervos óticos apreendem sua cor, nosso olfato pode apreender seu perfume, mas há uma espécie de sentido interior que ordena e unifica as informações percebidas pelos sentidos. É o que nos torna capazes de atribuir um valor à rosa, para além de sua aparência ou utilidade na natureza.

Submeter a existência da rosa apenas às percepções externas significa desprezar o sentido interno inato, que nutriu reflexões como as de Aristóteles e Alberto Magno e, também, a obra de Leonardo da Vinci: o sensus communis. Trata-se de um sentido integrador, que junta as impressões do tato, do olfato, do paladar, da visão e da audição, tornando-as algo único, inteligível, moral e belo.

Esse senso compartilhado de julgamento e compreensão é fundamental para a coesão social, pois promove uma base comum para discernir o que é moral e racionalmente adequado. A sensação de pertencimento e a empatia estão bastante vinculadas ao fortalecimento do sensus communis.

Em nossa mente, as percepções sensoriais não são tomadas separadamente, nem submetidas a uma ordenação metodológica, a técnicas específicas, ou a um treinamento que possamos sistematizar com exatidão. Nossa mente é mais literária do que literal. Na complexidade de interações entre a nossa constituição biológica e social, entre o inato e o adquirido, o sensus communis torna possível dar um passo além dos atributos particulares de uma rosa, tomados isoladamente, e apreciar sua beleza como um todo harmonioso.

O que serve para a estética, geralmente se aplica também à ética.

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