#IdeologiaRivotril

O terrorista de Brasília é o símbolo da nossa tragédia

Vamos jogar a real.

A direita acusa a esquerda e a mídia de tudo de ruim que acontece no país. Eu nem discordo.

Aí surge o terrorista vestido de coringa, depois de consumir todo o Rivotril ideológico, com a cabeça cheia de teorias da conspiração e ideias amalucadas espalhadas por influencers e sites protobolsonaristas, e ninguém quer assumir a responsabilidade.

Alguns deles estão dizendo que o terrorista coringa é apenas “lobo solitário”. Mais 72 horas e vão dizer que era um comunista infiltrado para macular a direita. Os loucos perdem tudo, menos a razão. Porque eles sempre sacam do bolso alguma racionalidade para justificar a própria imoralidade.

Este país está doente. De um lado os energúmenos que desejam ardentemente uma ditadura da família dos mentecaptos. De outro, a insanidade coletiva dos defensores da democracia, que aceitam passivamente toda sorte de autoritarismo psicopata para combater os energúmenos ditatoriais – e nem se dão conta de que o remédio exagerado apenas intensifica a doença ideológica dos seus inimigos.

Tentei explicar isso no meu livro – pedindo licença a você, caríssimo leitor do NEIM, para uma constrangedora autocitação disfarçada de jabá:

“(…) no meio da banalidade, torna-se necessário criar uma realidade paralela com hipóteses teóricas que beiram a insanidade. Mas a partir de ideologias superficiais, exaustivas e obsoletas, nada pode ser mais criativo do que a vitimização. Assim, esquerda e direita se acusam mutuamente de solapar a democracia através da manipulação da imprensa e das redes sociais”.

— O que restou da Política: ensaio sobre as desilusões ideológicas / Diogo Chiuso. – São Paulo: Editora Noétika, 2022.

O livro está disponível na insubstituível Livraria Trabalhar Cansa

E o ebook na famigerada Amazon.