A notícia está meio escondida, até porque o assunto parece ser coisa reciclada. A BBC narrou assim, no último dia 7/8:
Protestos violentos eclodiram em algumas partes do Reino Unido na última semana após o assassinato de três meninas em um ataque a facadas em Southport, no noroeste da Inglaterra.
Enquanto a cidade litorânea lamentava a tragédia, grupos de direita radical usaram o incidente como uma oportunidade para intimidar comunidades não brancas e de imigrantes.
Ah, sempre ela, a direita radical, o fantasma do Natal presente. Desde 2016, a extrema direita é o bode expiatório: para eleições cujos incumbentes não conseguiram se reeleger; para protestos do povo que estavam fora do script; para insatisfação contra as medidas do governo; para as críticas que a imprensa profissional recebe: extrema-direita, extrema-direita, extrema-direita e extrema-direita.
Vigílias pacíficas na cidade logo deram lugar à violência e destruição. A onda de distúrbios — na qual manifestantes arremessaram tijolos, bombas de fumaça e outros projéteis contra a polícia, e solicitantes de asilo foram alvo de ataques em hotéis — se espalhou para outras partes do Reino Unido, incluindo Hull, Liverpool, Manchester, Blackpool e Belfast.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, descreveu as cenas dos distúrbios como "selvageria de direita radical", dizendo aos jornalistas: "Não há justificativa para tomar essa atitude."
Aqui, há uma estratégia comum adotada por líderes globais, em especial os que acabam de chegar ao poder (ou ganhar um novo mandato): utilizar a direita como escada para fazer o seu stand-up do poder.