#interlúdio: A Felicidade Mata
A banalidade do mal, de Hannah Arendt, reúne não apenas o devoto ideológico, mas todas as faculdades do mundo, em Harvard ou no Brasil.
Enquanto o mundo acadêmico dos EUA pega fogo com a história das reitoras incapazes de admitir que defender o genocídio de judeus viola as regras da universidade, o submundo acadêmico brasileiro está em busca da Felicidade.
Ontem a reitora de Harvard foi demitida. Claudine Gay já tinha sido acusada de plágio e se defendia dizendo ser vítima de racismo. Ela fez o mesmo depois de ser execrada publicamente por ser incapaz de admitir que defender o genocídio de judeus viola as regras da universidade. Na sua carta de demissão, diz se sentir assustada por ataques pessoais e ameaças motivadas por preconceito racial.
Sobre ter relativizado a defesa do genocídio de judeus nas universidades, Claudine Gay disse um singelo “sinto muito”. E se pôs a dizer que foi mal interpretada – sugerindo, claro, racismo.
Tudo seria diferente se Harvard ficasse no Brasil. Porque segundo a professora de psicologia Deborah Antunes, numa entrevista à Folha, “há uma tendência em toda a sociedade em voltar o olhar para o bem-estar e a felicidade nesse momento em que temos um enorme desenvolvimento técnico e científico, porém, pouco acompanhado de igual desenvolvimento nas questões humanas”.