Por Jacques Meir
Praticamente desde a redemocratização, o sistema eleitoral brasileiro tornou-se um negócio. Mais do que em outros países que tenham sistema de governo baseado em eleições livres, o Brasil transformou as campanhas eleitorais em ações de marketing, com o objetivo claro de negociar votos a partir da reserva de mercado eleitoral.
No Brasil, partidos têm dono, os empreendedores políticos, que colocam “candidatos” na vitrine a cada dois anos, em busca dos votos dos consumidores de promessas, no caso eleitores brasileiros. Os empreendedores políticos têm a favor de si, uma ajuda estatal poderosa: fundos partidário e eleitoral, que juntos somam uns R$ 7 bilhões só esse ano. Ex-dinheiro público, escoado de forma legítima (e imoral) para “financiar” as campanhas conforme o grau de “representatividade eleitoral do partido”. Ou, de modo simples: partidos com maiores bancadas no Congresso Nacional recebem mais dinheiro.