#interludio: A Morte, o Sagrado e a Arte (2)
A Arte é uma experiência que nos permite ver além deste mundo
[Leia aqui a primeira parte do ensaio]
O Sublime
Foi Edmund Burke que, em 1757, colocou os termos de entendimento do Sublime, tal como o trataremos aqui.
Ao retratar conceitos como Eternidade ou Infinito, ou ao conjurar estados de Terror ou Êxtase, a Arte funciona como um meio adequado e efetivo para exprimir a experiência do Sublime, a qual está ligada diretamente à realidade metafísica, ao sagrado.
Burke irá, em seu tratado Uma Investigação Filosófica Acerca da Origem das Nossas Ideias do Sublime e do Belo, afirmar ainda que:
“...tudo que seja de alguma maneira terrível ou relacionado a objetos terríveis ou atua de modo análogo ao terror, constitui uma fonte do sublime, isto é, produz a mais forte emoção de que o espírito é capaz.” [vii]
E, ainda segundo Burke, as experiências que podem produzir o terror – e assim, o Sublime – são o poder, o vazio, a vastidão, a magnitude e a escuridão.