#interludio: A Pequena Romi e seu bebê
Uma série de reportagens exclusivas sobre a perseverança em tempos de terror
[Leia a terceira parte da série]
*Por Vivian Schlesinger
Vocês querem ver a delegacia de Sderot? A pergunta de Liza me pega de surpresa. Delegacia...? Ah, sim, mas... há algo ali para se ver? Sim! O lugar onde tudo aconteceu!
Quando escolhemos fazer o trabalho voluntário nas fábricas em Sderot, a 1.5 km da fronteira com Gaza, não foi pensando no que havia ocorrido na cidade e sim na falta de mão de obra, já que a população da área próxima à fronteira foi levada às regiões mais centrais, mais seguras (o mesmo foi feito com a população no Norte, para protegê-los dos mísseis do Hizbollah). Mas Sderot é a “capital mundial dos abrigos antibombas”. Desde a Intifada no ano 2000, milhares de mísseis foram lançados de Gaza diariamente. Ao soar o tzeva adom (literalmente “cor vermelha”), você tem 15 segundos para chegar ao abrigo. Se você tem 3 anos, ou 83, tem os mesmos 15 segundos. Toda casa ou apartamento tem o quarto seguro. Lojas, mercados, pontos de ônibus, vestiários ao lado das piscinas dos parques comunitários, todos são antibombas. A delegacia de polícia foi construída como uma fortaleza, para resistir a um ataque de mísseis e muito mais. Segurança.
Segurança ficou na outra margem do rio de sangue de 7 de outubro. Com a invasão dos terroristas, os abrigos transformaram-se em armadilhas funestas. Na delegacia a história foi diferente, por isso Liza insistiu que visitássemos. Relutantes, concordamos.