#interludio: A síndrome de Gollum
A imprensa está sitiada, devorada por dentro pelo jornalismo militante e pela incompetência gerencial.
Por Jacques Meir
Marcelo Rech, presidente executivo da Associação Nacional de Jornais, publicou um artigo no Estadão há algumas semanas, como parte de uma campanha do Dia Mundial do Jornalismo, para “destacar a importância da imprensa”.
Há mais de 30 anos, na minha fase publicitária, tive a oportunidade de criar campanhas para o então poderoso Grupo Abril. Eram tempos em que podíamos tranquilamente destacar a relação simbiótica entre imprensa livre e publicidade comercial. Com efeito, a publicidade era a “avalista da democracia”. Uma campanha que criei naquela época destacava: “não existe democracia sem imprensa livre. Não existe imprensa livre sem publicidade”. Eram tempos ingênuos, em que o país celebrava seu reencontro com a forma de governo baseada em eleições livres e podíamos nos sentir seguros de exprimir opiniões e discutir preferências políticas na mesa do bar e no café do escritório.