#interludio: Presos no passado
A obsessão por “curar” o passado ainda mobiliza boa parte de setores da elite
Por Jacques Meir
Na Globo News, o jornalismo de poltrona exibe cenhos franzidos diante da eleição de Donald Trump a novo mandato nos EUA. O mesmo Trump é a “inspiração” para o leão Baruk na animação (doutrinação?) “Arca de Noé”, inspirada nos discos musicados e gravados por Toquinho, a partir da obra de poesia infantil produzida por Vinicius de Moraes nos idos dos anos 60 e 70.
O vandalismo irresponsável ocorrido em 08/01/23, foi interpretado, sem pudores, como “tentativa de golpe”, sem apoio do exército, sem forças armadas, sem armas. Foram cometidos crimes ali, mas nada que sequer possa ser entendido como “golpe”. Porque não existe “golpe civil”, sem deposição de autoridades, sem a força dos fuzis e os tanques na rua. Basta lembrar, guardadas as gigantescas diferenças, da queda do Muro de Berlim, onde civis eufóricos, de ambos os lados da cidade dividida, desmantelaram o símbolo da cortina de ferro. Ao que me consta, ninguém foi preso e acusado de conspiração ou coisa que o valha.