#interludio: Um Horizonte Perdido
A situação que pesa sobre nós é de moer carne humana. Mas ter a vida apenas nessa anestesia contínua é autodestruição.
Por Tobias Goulão
Observe seu entorno. Olhe as pessoas que compõem o mundo. Tente ver o que buscam os homens comuns, os homens de letras, os ricos e os pobres, famosos e invisíveis. Encontre aquilo que é importante segundo os governantes. Veja a força que impera sobre todos. Tente meditar sobre essas coisas por um tempo e tirar algo dessa observação. Procure pelo fundo, por aquilo que sustenta a maioria das ações. Chegue na raiz do que há nas situações da vida que segue ordinária para os populares e importantes. Depois faça o esforço de descrever onde pretendem chegar.
A vida perceptível ao nosso redor segue o simples imediatismo. O que importa é o benefício/prazer obtido de forma mais rápida. Não à toa que o jargão mais famoso é o que imputa uma aura escapista para o prazer momentâneo no final de semana - o limite máximo de um horizonte pessoal hoje. “Sextou!”. Ações a longo prazo são poucas. Além do ingresso no serviço público, uma colocação num emprego que mantenha um nível de vida satisfatório, onde terminarão as vidas fadadas ao esbanjamento de si nas diversões de sexta e sábado e na ressaca de domingo à tarde?