#interludio: Viver É Uma Aposta
Porque as BETs revelam um brasileiro que prefere apostar na própria sobrevivência
Por Jacques Meir
A mídia brasileira acabou de eleger seu opioide.
Para situar o leitor do NEIM no contexto, os EUA vivem há décadas uma crise derivada do consumo desenfreado em remédios opioides. As redes de streaming têm ampla oferta de documentários sobre o assunto, como Dopesick, na Disney/Star+ e Máfia da Dor, na Netflix. Pois bem: o crescimento explosivo do volume de apostas nas BETs escandalizou a intelligentsia à esquerda e à direita, com especial intensidade nas empresas de mídia. Os sites de apostas agora têm enorme potencial “viciante”, são “piores do que o crack”, arruínam famílias, causam endividamento e por aí. Infelizmente, todas as “análises” acerca do crescimento explosivo das BETs estão longe de responder porque, afinal, o consumidor brasileiro abraçou os sites de apostas com tamanho entusiasmo.
Pois é. Em tempos de BETs e da hipocrisia calculada em torno do apreço do brasileiro pelas apostas, fica a pergunta: são as BETs esse demônio a ser exorcizado como pedem instituições financeiras, varejo e a grande mídia, em consórcio com os “esclarecidos do bem”?
Vamos a alguns números, extraídos de um estudo da Question Pro/Locomotiva: