#JornalismoDeLaquê

Aquele que se faz com muita maquiagem

A Globonews inaugurou o jornalismo de WhatsApp. Agora o departamento de marketing do canal decidiu criar um novo produto: o jornalismo de laquê, onde tudo é maquiagem.

A ideia é parecer análise séria, pensada e refletida. Mas a jornalista Natuza Nery dá apenas uma maquiada no release de imprensa da Secom do Paulo Pimenta.

“Quando a população elege um presidente, diz assim: a gente quer que você aprove a agenda que você prometeu na urna”, afirma a jornalista.

Qual é a agenda que Lula prometeu na urna?

Mas Natuza vai além do laquê:

“Lula pode chegar ao eleitorado e dizer: eu tentei, mas agora vocês vão ter que passar no guichê do Arthur Lira”.

Qual a negociação, Natuza? Arthur Lira está cobrando os “acordos firmados” que o Governo Federal não quer cumprir. Que acordos são esses? Quanto, no final das contas, esses acordos custarão ao povo brasileiro? Os jornalistas poderiam usar suas fontes de WhatsApp para desvendar esses mistérios.

Mas vamos falar a verdade, sem maquiagem, e que esse jornalismo de laquê é incapaz de dizer: nossa política é desavergonhadamente uma disputa de facções. Eles se unem para organizar a trambicagem, mas as brigas sempre começam na hora de dividir o butim.

Jamais adotamos a sólida Teoria de Divisão dos Poderes de Montesquieu. No Brasil, a divisão dos poderes só acontece quando não se cumprem os “acordos firmados”, quando não se negocia cargos em estatais, quando não se divide o lucro do superfaturamento de obras.

Mas há sempre união para repartir o orçamento secreto, para aprovar leis que ampliam privilégios e, o mais importante, para a anulação irrestrita de condenação de corruptos confessos.

A agenda de Lula, Natuza, sem nenhuma maquiagem ou laquê, é estabelecer no país, definitivamente, a total impunidade.

Nem tudo é o que parece…