A notícia parece boa. Mas sempre tem uma treta nas entrelinhas.
Os especialistas da Folha dizem que “pelo tratado binacional entre Brasil e Paraguai, a usina obrigatoriamente opera pelo sistema de tarifa pelo custo. Ou seja, deve cobrar do consumidor apenas o necessário para operar e cumprir as suas obrigações, anualmente, sem gerar lucro. Saldo positivo vira desconto na tarifa”.
Mas o desconto não virou.
O presidente da Frente Nacional de Consumidores, Luiz Eduardo Barata, diz que, segundo o tratado que de cooperação entre Brasil e Paraguai que rege a usina, "Itaipu opera com orçamento anual e, caso haja saldo positivo, ele é integralmente usado na redução da tarifa do ano seguinte”.
Mas a redução da tarifa não veio.
Em nota, a administração da usina afirmou genericamente que o lucro será usado para projetos socioambientais.
No entanto, a informação mais importante – e que explica toda a história – vem no final da matéria da Folha.
“Na sexta-feira passada, Itaipu recepcionou os presidentes dos Congressos dos dois países, os senadores David Alcolumbre, pelo Brasil, e Basilio Núñez, do Paraguai. Parte da apresentação sobre a usina incluiu fazer a defesa dos projetos socioambientais bancados pela binacional junto a esses parlamentares”.
A gente paga a mais para bancar os projetos socioambientais “bancados pela binacional junto a esses parlamentares”.
Qual a surpresa?
As estatais existem para servir aos políticos.
Sempre foi assim e sempre será assim.
E tem gente que é contra privatizações.
Não temam, nova proposta do governo onerará em mais R$ 4,45 bilhões as contas de energia...