Todos nós sabemos que ninguém entende o que vive a vítima de uma catástrofe. Qualquer aproximação, seja para analisar, seja para suportar entre nós, fica meramente no plano do abstrato.
Porém, a grande arte existe para nos forçar a ver que, além do buraco em que estamos, há também a linha do horizonte.
O desastre no Rio Grande do Sul nos fez criar uma espécie de kit de sobrevivência para quem deseja superar a terrível perda que viveu.
Para isso, selecionamos as seguintes canções, séries e livros para ajudar aquele que agora sabe, na carne e no espírito, que d´aprés lui, le deluge.
(Obs: a seleção foi feita para sair do padrão habitual da imprensa petrificada. Portanto, não esperem canções da MPB, muito menos filmes de desastres.)
Canções:
Charley Patton viu o Apocalipse e voltou para nos contar como ele é.
Bob Dylan atualizou o Apocalipse de Charley Patton para os nossos tempos pós-modernos.
Robert Plant, Jimmy Page, John Paul Jones e, claro, John Bonham mostram o verdadeiro peso do que é estar no meio de uma enchente trágica.
Assim como ele fez com Charley Patton, Dylan reelabora o tema da enchente e mostra que a sociedade não é apenas um obstáculo contra ela, mas provavelmente a sua causa principal.
Série:
Depois de ter realizado a maravilha que é The Wire, David Simon também produziu essa outra pérola, uma série de TV sobre New Orleans depois do desastre que foi o furacão Katrina - e que mostra a ressurreição de todo um povo, por meio de um recurso muito simples: a música.
Livros:
Esta obra-prima de William Faulkner é dividida em duas partes alternadas; o que nos interessa, porém, é a segunda, intitulada de “O Velho”, sobre um presidiário que é vítima da enchente do rio Mississippi (o tal do “velho”) e precisa sobreviver a qualquer custo. As descrições da fúria da água são assombrosas.
Como bem lembrou
, o nosso doge de Veneza, Diogo Mainardi, profetizou o que aconteceu no Rio Grande do Sul. O cenário deste romance soberbo é o que está acontecendo agora no estado gaúcho - eis a justificativa deste jabá. A questão é se o Brasil se deixará contagiar pela canalhice dos seus governantes ou pelo exemplo de virtude dos cidadãos que tentam - como eu, como você, querido leitor do NEIM - superar seus medos para viverem normalmente.
Obrigada, querido "estagiário"!!! 🙌
Sabe, ninguém tem noção exata do que o outro sente ou situações que passa! Nem mesmo passando por algo praticamente igual, porque as experiências humanas, são "únicas"!! Mas.... há a empatia e isso nos faz sangrar junto do "outro" e é pela empatia que cresce a esperança, junto da solidariedade e da união!
Esqueça "governos e desgovernos"! Na própria família, inclusive antepassados, encontrará exemplos a seguir e a se desvincular!
Precisamos de mais humanidade, hoje mais fácil de encontrarmos nos bichos do que em pessoas!
🙌
Medo de viver nesse país não passa estagiário.
Mas as recomendações são ótimas para pacificar o espírito.
Vamos ouvir Bob Dylan!!!