Durante os últimos 10 anos, desde a famigerada goleada que a Seleção Brasileira tomou dos alemães, existe um movimento crescente para criminalizar este que é um dos principais símbolos nacionais além-mar: a camisa verde-amarela.
Por motivos que não precisam ser aqui explicitados, a esquerda, quando no poder, negou, satirizou, repudiou e, por fim, tentou cancelar quem, de 2015 em diante, ousou sair às ruas, com o verde-amarelo, e pedir certo recato na política, isto é, que não roubassem com tanta desfaçatez.
Como não conseguiram, tanto na Copa do Mundo de 2018 quanto na Copa de 2022, jornalistas, analistas políticos e outros formadores de opinião não hesitaram e mandaram o recado: não se pode mais torcer para a Seleção Brasileira, porque o verde amarelo é de quem patrocinou o golpe (2018) e de quem apoia Bolsonaro (2022).
Corta para 2024.
Thiago Amparo, aqui conhecido com Jacques Ampère, explica que agora tudo é diferente. Basta ler a fatwa coluna desta quinta-feira:
Não é trivial que a Parada LGBTQIA+ de São Paulo tenha reunido milhões de pessoas vestindo as cores verde e amarelo. Fora a evidente importância de reivindicar para si os símbolos apropriados pela extrema direita bolsonarista, trata-se de uma estratégia política astuta em muitos outros sentidos correlatos. Do palco da Madonna em Copacabana, no Rio de Janeiro, para as ruas de São Paulo, o verde-amarelo foi lavado, no imagético político do país, do seu populismo excludente de antes.